domingo, 29 de novembro de 2009

Ford GT40 # P1078






Depois do desapontamento de 1964, tudo recomeça com a preparação da época de 1965 para fazer face às vitórias da Ferrari, e à ameaça da Chaparral. É quando Roy Lunn, para fazer um carro realmente competitivo acha que o motor disponível não está à altura do desafio. Assim, na primavera de 1965, cria-se um protótipo preparado para receber o novo V8 de sete litros, denominado de MkII, com o qual Ken Miles obtém uma velocidade de ponta de 340/km em Dearborn. Nesse mesmo ano, Ken Miles e Phil Hill participam em Le Mans ficando provada a potência, mas não a resistência, devido talvez a uma preparação demasiado precipitada. Confiante, Henry Ford II convida Lee Beebe para chefe da equipa que irá levar o MkII para Le Mans em 1966. Para junto dele convida John Cowley, preparador de Stock-Cars, e, não olhando a despesas, em Agosto desse ano a Ford leva o novo MkII para testes em Daytona. Como resultado dessa evolução, o MkII surge com uma carroçaria mais baixa, uma frente mais curta e um novo sistema de travagem, melhorando a sua estabilidade, o poder de travagem e, acima de tudo, a velocidade de ponta. Chegados a 1966, e com um renovado espiríto de equipa, Ken Miles, com algum azar após dezoito horas de prova, abandona em Sebring com problemas de caixa, vence nas 24H de Daytona, e volta a Sebring para as 12H onde vence acompanhado de Rudy. Concluída esta prova, a equipa regressa a casa para rever todos os carros para a prova que já fervilha na cabeça de todos, Le Mans. Através de sofisticada aparelhagem e o uso de um dinamómetro são calculadas e avaliadas todas as zonas de travagem, aceleração, desaceleração, mudanças de caixa, rotações e médias num simulador. Os resultados são muito positivos. Para Le Mans são escolhidos e aprovados doze motores. No dia 18 de Junho dá-se inicio à grande prova onde a Ford chega com uma armada de oito MkII para uma luta directa com Ferrari P3 oficiais, Ferrari P2, e um Chaparral. Após doze horas estão seis Ford nas primeiras posições. Por fim, com três carros nos três primeiros lugares, cortar a meta em formação torna-se imperativo. Chris Amon e Bruce McLaren vencem, seguidos de Ken Miles e Denis Hulme, e por Ron Buckman e Dick Hutcherson. É assim, com alegria apoteótica, que a Ford alcança uma das mais expressivas vitórias da prova francesa.
Saído da fabrica a 5-4-1968 este magnífico exemplar com o chassis #P/1078 pertenceu a Geoffrey Edwards e entre 1968 e 1970 teve uma vida desportiva bastante activa.
1968 - Brands Hatch, #6 pilotado por Salmon/Piper obtendo o 6º lugar
1968 - 1000Km de Monza, #42 pilotado por Salmon/Piper não acabando a prova
1968 - 1000Km de Nurburgring, #75 pilotado por Salmon/Piper obtendo 14º lugar
1968 - 1000Km de Spa, #35 pilotado por Salmon/Piper não acabando a prova
1968 - 24H de Le Mans, #12 pilotado por Mike Salmon/Eric Liddell não acabando a prova
1970 - Aintree, #71 pilotado por David Weir obtendo o 4ºlugar
1970 - 1000KM de Nurburgring, #60 pilotado por De Cadenet/Forrester não acabando a prova
1970 - Snetterton, #217 pilotado por Ogier
1970 - 500Km de Vila Real, #35 pilotado por David Weir não acabando a prova
1970 - 1000Km de Osterreichring, #10 pilotado por Weir/De Cadenet obtendo o 10º lugar
1970 - 1000Km de Paris, #11 pilotado por Weir/De Cadenet obtendo o 7º lugar
Infelizmente, David Weir sofre um grave acidente em Silverstone; o Ford fica praticamente destruído, sendo vendido a Jonh Etheridge em 1971. Mais tarde, em 1978, o Ford volta a ser vendido e desta vez passa para as mãos de Jonh Heath. É adquirido mais tarde às mãos de Phill Rudd, membro do grupo musical AC/DC. Talvez pelo seu percurso como road car se tenha afastado da competição. Hoje, devolvido ao seu ambiente natural pelas mãos de Claude Nahum e Bernard Thuner, participa no CER - Classic Endurance Racing. Em Portimão obtém um 12º lugar.
O Ford GT40 é uma lenda. Graças a quem o pode manter, o sonho de quem o projectou e realizou permanece vivo. Na companhia de outras magníficas máquinas o asfalto de tantos circuitos mundiais torna-se o cenário onde podemos reviver as ansiedades e ambições dos seus criadores, dos seus mecânicos, dos seus pilotos. Da sua história. E nesses fugazes momentos podemos também nós, ainda bem, entusiasticamente, partilhar dos seus sonhos.





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